5 Sep 2024
O cônsul-geral de Espanha na Venezuela, Marcos Rodríguez Cantero, elogiou hoje o exemplo de integração dos portugueses na Venezuela, sublinhando os seus empreendimentos e contribuição para o desenvolvimento local.
“Há muitos laços entre espanhóis e portugueses, matrimónios, centros sociais e clubes. São muito conhecidos os grandes empreendimentos de portugueses no país, como os grandes supermercados Luvebras e Central Madeirense, áreas onde há também muita participação de espanhóis”, disse Cantero à Lusa em Caracas, à margem das celebrações do 54.º aniversário do Casa Canária Venezuelana (HCV).
“Os espanhóis estão especialmente no norte da Venezuela e, tal como os portugueses, com muita presença no comércio e depois na agricultura, no interior do país, em estados como Lara e Arágua”, frisou.
O diplomata explicou que existem atualmente 120 mil espanhóis na Venezuela, dos quais apenas 20 a 25% são antigos imigrantes que chegaram ao país nos anos 1950 e 1960.
“A comunidade espanhola, tal como a portuguesa, é muito admirável em muitos aspetos. São homens e mulheres que têm realizado grandes empreendimentos, se esforçam para manter vivas as tradições e a cultura”, frisou.
Enrique Franco, presidente do HCV explicou que no país existem atualmente 50.000 naturais das ilhas Canárias, distribuídos por toda a Venezuela e que são “a maior comunidade espanhola da Venezuela”.
“Nos anos 50, espanhóis, italianos e portugueses, vieram para a Venezuela e desde então têm ajudado a construir o país. O tema da agricultura é muito importante para nós e foi determinante para o desenvolvimento industrial e agrícola venezuelano”, explicou.
No entanto, admitiu que muitos regressaram às Ilhas Canárias, pois a situação socioeconómica tem levado as comunidades e os próprios venezuelanos a emigrar.
No caso dos naturais das ilhas Canárias, sublinhou, há registos de presença anterior, desde a época da colonização, incluindo figuras da independência venezuelana como o general Francisco de Miranda.
Os naturais das ilhas Canárias, disse, partilhavam no passado muitos espaços com portugueses nos mercados municipais, tiveram um banco e hoje têm grandes empresas muito conhecidas localmente.
“No HCV estamos abertos a todas as nacionalidades. Temos uma importante comunidade portuguesa, que se integrou e que participa nas atividades folclóricas e gastronómica”, frisou.
“É importante a presença de portugueses que temos no HCV, a integração que temos”, disse, sublinhando que as ilhas dos Açores, Madeira e Canárias partilham cultura.
Artigo: bomdia.eu
Fotografia: DR