Marselha volta a ser uma cidade com oportunidades para as comunidade lusófonas

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Organizações lusófonas em França consideram que o plano "Marselha em grande", proposto pelo Presidente Emmanuel Macron no outono passado, pode ser uma oportunidade para os empresários lusófonos na cidade que há séculos acolhe comunidades de todo o mundo.

"Vai haver uma onda de construção, há muito dinheiro para construir e todas as empresas de construção civil vão ter muita coisa a fazer nos próximos anos. Os transportes públicos mudam as cidades, portanto vai haver uma consequência positiva para os negócios", explicou Jorge Mendes Constante, advogado de origem portuguesa em Marselha e delegado da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa na região de Provença-Alpes-Costa Azul, em declarações à agência Lusa.

Este plano para a segunda maior cidade de França inclui investimentos de mais de 1,5 mil milhões de euros para reabilitar os transportes, as escolas, as habitações e ainda tornar a cidade mais segura. 

Assim, nos próximos anos, Marselha, que até agora era uma cidade que tinha dificuldade em atrair investimento, pode tornar-se um ponto importante para os empresários portugueses em França ligados ao setor da construção civil.

Nos anos 1960/70, para a emigração portuguesa Marselha não foi um chamariz, não havendo atualmente associações que se destaquem no âmbito cultural nem um grande número de pessoas de origem portuguesa, possivelmente devido às dificuldades em encontrar boas oportunidades de trabalho.

"Há poucos portugueses em Marselha, mas há muitos portugueses no Sul de França. Como é uma cidade pobre, não interessa muito aos portugueses. As pessoas depois acabam por ir para Nice ou Saint Tropez onde há trabalho e não ficam em Marselha, onde há menos oportunidades", explicou Jorge Mendes Constante.

Muitos portugueses chegaram ao sul de França já mais tarde na busca por uma vida melhor.

"Quando as pessoas vinham para França, acabaram por ficar no eixo Bordéus, Tours e Paris. Temos uma comunidade importante no Var e nos Alpes Marítimos, que é uma comunidade que chegou um pouco mais tarde, mas que é muito ativa com muitos empresários e advogados", explicou Reynald Cadoret, empresário de origem portuguesa no setor do imobiliário, em Draguignan, uma cidade entre Marselha e Nice.

Já a comunidade cabo-verdiana encontrou em Marselha um bom ponto de chegada, já que o porto de Marselha, um dos maiores do Mediterrâneo, acolheu muitos homens cabo-verdianos embarcados em navios que percorriam todo o Mundo.

"Eu não viverei noutra cidade, tive oportunidade de ir para outros sítios em França onde teria outras oportunidades, mas não há sol, não há mar e esta é uma cidade com vida. Há pobreza e criminalidade, embora a nível de segurança nunca tenha sido tocada diretamente, e só posso dizer que amo esta cidade", explicou Sandra Lima Rocha, empresaria e presidente da associação Cap Vert L'Avenir, que trabalha com a comunidade cabo-verdiana em Marselha.

Os números oficiais mostram que há cerca de quatro mil cabo-verdianos em Marselha, mas esta dirigente associativa afirma que essa contabilização não teve em conta os portugueses de origem cabo-verdiana, que têm chegado em grande número nos últimos anos, nem os franceses de origem cabo-verdiana. 

Assim, Sandra Lima Rocha arrisca que haverá cerca de 10 mil cabo-verdianos em Marselha, a segunda maior comunidade em França.

"Os cabo-verdianos aqui trabalham muito e estão bem integrados, embora muitas vezes não se sintam completamente em casa. Tal como em todas as comunidades, temos jovens que já nasceram em França e sentem-se mais cabo-verdianos que franceses", concluiu.

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